Artigo – Mulheres no Atabaque.

Mo júbà a todos.

Existe uma grande confusão criada por adeptos da umbanda, com relação a mulher poder tocar ou não os Atabaques sagrados.
A nossa tradição diz que as mulheres não tocam os nossos Atabaques sagrados porque a mulher “menstrua”, mas devemos entender o que isto quer dizer e não “criticar”.
Como temos outras proibições que são regras e que devemos obedecer para que o funcionamento de uma Casa Templo seja o mais perfeito possível; mas creio que muitos se esqueceram desta regras simples como: ÌYÀWÓ OBÌRIN do sexo feminino carregam as ENI (esteiras) em baixo do braço; os ÌYÁWÓ OKÚNRIN do sexo masculino sobre os ombros.
Quem não conserva e respeita o passado jamais terá um presente ou um futuro.
Quem não respeita tradições jamais terá base para um alicerce de vida.
Então pergunto por que tanta polêmica em torno deste assunto, se todos nós que pertencemos a Religião Culto aos ÒRÌSÀ sabemos disto, esta regra nos foi ensinada quando nos iniciamos e nos tornamos um ÌYÀWÓ.
TamborO que nos diz nossos antepassados sobre este assunto?
O que nos diz a nossa tradição sobre tocar atabaques em um SIRÉ para os nossos ÒRÌSÀ?
E com qual preceito ou fundamento devemos mudar isto?
Por que mudar o que já está estabelecido se nunca causou nenhum problema?
Em que isto modificaria para se obter mais energias essenciais para a veiculação e transmissão do verdadeiro Àse?
O nosso torço tem um modo correto para o usarmos: as ÈGBÓN OU ÈGBÓMI que são OLÒRÌSÀ OBÌRIN usam este torço com duas abas que chamamos de orelhas; já as ÈGBÓN ou ÈGBÓMI que são OLÒRÌSÀ OKÚNRIN o usam com uma só aba, ou seja, com uma só orelha.
Poderia citar inumeras regras que existem dentro de uma Casa Templo, para que se entenda o que é “TRADIÇÃO”.
Estas regras nada tem a haver diretamente com a essência dos nossos ÒRÌSÀ , mas sem elas uma Casa Templo ficaria sem diretriz.
E assim temos regras e preceitos que pertencem tanto aos ÈGBÓN ou ÈGBÓMI ou os ÌYÁWÓ OKÚNRIN , como também as ÈGBÓN OU ÈGBÓMI ou as ÌYÁWÓ OBÌRIN; como também temos regras e preceitos para as EKÉJÌ e para os OGÁN, que tem que ser seguidas para a harmonia e a continuação da tradição de uma Casa Templo.
Como também as ÌYÁLÓÒRÌSÀ bem como os BÀBÁLÓÒRÌSÀ têm preceitos e regras a cumprir.
Cada um dos OMO ÒRÌSÀ KON de uma Casa devem saber o seu lugar, e respeitar seus limites, acatando as tradições que tem dentro de sua raiz.
Então porque desrespeitar este preceito em que mulheres não tocam atabaques? Por qual motivo mudarmos isto? Qual são o significado e significante desta mudança?
Este é o problema da regra interna, de cada Casa Templo ter uma diferente.
Vale ressaltar que se esta simples regra não for observada estaremos mudando a nossa tradição, costume e liturgia.

Que o Àse de OYA esteja sempre com vocês, òré mi.

Texto escrito por Ìyá Angela ti OYA

 

 

 

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